A viela de roda é um dos instrumentos mais antigos que remonta ao final da Idade Média. Seu ancestral o organistrum é o primeiro instrumento a entrar nas igrejas, será substituído pelo órgão no século XIII. Instrumento usado principalmente como ferramenta didática e para acompanhar hinos, evoluiu para um instrumento menor e gradualmente se espalhou para fora da igreja para cair nas mãos de menestréis e trovadores. A viela de roda continua a evoluir até hoje e é enriquecida com novos conceitos eletroacústicos na música contemporânea.
Este hurdy-gurdy barroco foi inspirado num instrumento fabricado pelo luthier FLEURY e conservado no Musée des Musiques Populaires de Montluçon. Na revista Mercure de France de 1752, Charles Bâton, o célebre tocador de hurdy-gurdy e filho de Henri Bâton, a quem se atribui a realização dos primeiros hurdy-gurdies montados em corpos de guitarra e alaúde barrocos, descreve as características ideais que o hurdy-gurdy barroco deve ter. Foi nestas características que baseámos a nossa conceção. Sem cavalete móvel, tessitura alargada, afinação em Ré.
Este instrumento foi construído inteiramente com as técnicas de fabrico da época, tudo à mão, a partir de matérias-primas. O osso utilizado para a marchetaria e as chaves foi retirado de um metatarso de boi, a manivela e o eixo da roda foram forjados e a roda foi torneada num torno de vara.
Materiais : Ácer, nogueira, cerejeira, ébano, pera, osso, metal ferroso
Dimensões : 57cm * 25cm * 15cm
Painel de dedos : 375mm
Número de teclas : 28